sábado, 20 de julho de 2013

Politomia


Logo de manhã, com o Sol atravessando os vãos da janela fechada, uma preguiça boa e um sorriso de um sonho bom... Faço cosquinhas em você, cócegas e mais cócegas! Quero te ouvir rir, quero ouvir essa tua risada que tanto me alegra, quero te acordar rindo, quero começar meu dia com a melhor melodia que um dia já ouvi. Quero ver teu sorriso, quero ouvir você me xingar, me bater, tentar me fazer cócegas e depois me xingar de novo! E então depois, um silêncio, olhos nos olhos. Você se ajeita em meus braços e sussurra perto de meu peito para eu não ouvir algo que me penso o resto do dia, imaginando o que seria. Ah! Como você é teimosa, estúpida, chata e boba, é, boba é demais!
Ficamos ali um bom tempo, uma manhã de domingo acompanhada de preguiça. Te faço cafuné, você brinca com a pele do meu peito nu, e num silêncio tão gostoso, passamos, talvez horas ali.
Quando o Sol começa a aquecer o quarto levantamos, abro a janela e você me xinga... de novo. E então me beija, e me diz no ouvido com uma voz serena: “Bom dia, hoje o dia será nosso.”
Você faz o almoço. Você sempre foi péssima na cozinha, mas estranhamente hoje a comida estava... boa. Sentamos à mesa, conversamos assuntos fúteis, os que mais gostamos.
Te chamo para ir ao parque, caminhamos de mãos dadas.
Conversamos sobre filhos.
Lembramos como nos conhecemos.
Conhecemos um casal de lésbicas e trocamos telefones.
Recebo a ligação da minha mãe me perguntando onde estou, e a resposta de sempre: “Estou bem”.
Você recebe uma ligação estranha.
Fazemos um trote.
Contamos estrelas.
Apreciamos um eclipse.
E numa noite tão clara, deitados na areia de uma praia deserta com um clima agradável... Você com seu olhar perdido, pensamentos grotescos, um sorriso besta e indecifrável... Fico ali, meio distante, te apreciando, tentando descobrir o que tanto pensa. Penso sobre o que falamos de filhos: nenhum até os trinta, depois a gente vê. Olho para onde olha. Tento enxergar algo. Você olha para mim e sorri. Chega mais perto.
“Eu disse.”

Adormece em meu peito numa praia deserta ao som do mar ao fundo e a meia luz de uma Lua reaparecendo.
Marcus James

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