domingo, 1 de setembro de 2013

Distúrbio


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Seus olhares se cruzaram por instantes indefinidos. Pegara em tua mão e a conduziu para um distúrbio sem fim. Em seus olhares se encontravam tantas histórias, ligações, beijos e perdões. Encontrava perdição e tentação. Naqueles brilhos tão envolventes sumiam diante à multidão que os acompanhava. As estrelas brilhavam depois de décadas apagadas. As estrelas finalmente cansaram de se esconder de tanto... desamor.
Em suas loucuras viajaram dimensões. Em suas viagens, conheceram o infinito. Em seus infinitos... Enfim, se conheceram. Ele pegara em sua mão e a conduziu para um distúrbio sem fim. A beijou na lucidez de uma noite clara. Ela o levou a loucura, o levou ao auge da humanidade e enfim concluíram num dia sem sol: “Nossos sorrisos ainda se encontrarão.”.
Ela pedia em seus sussurros inaudíveis: Leva-me, rapte-me. - O medo aumentava em seu peito. E a vontade aumentava em seu olhar.
E nessa intensa luta interna entre desejo, vontade, medo e perdão, se perdeu numa mistura de sensações, as quais um dia ousou chama-las de reais. Guardou em seu peito as fotos de um verão qualquer, uma praia deserta e um jantar num cais à luz de velas.
Enquanto dormia, ele a olhava timidamente... Tentava imaginar o que sonhava, tentava descobrir tanto... Indefinido, indecifrável.
Seus olhares se cruzaram por apenas um instante... Bendito seja o eterno.

Marcus James
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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Elena


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Ela dançava. Dançava em cima de um viaduto. Dançava na ponta dos pés. Dançava sem medo. E quanto dançava olhava além. Além de qualquer olhar... Além de qualquer brilho perdido. Além de simples palavras... Dançava dizendo: 
"Volta. 
Me esquece. 
Me chama. 
Quero ir com você... 
Me toca. 
Me chama. 
Me leve. 
Olha pra cá. 
Vem, diga meu nome. 
Quando você me toca... 
Me derreto. 
Vai, me leva." 
Dançava de uma maneira... surreal. 
Me tocava. 
Num viaduto barulhento. Fazia tudo ensurdecer. O único som... era o ar vindo de encontro com seu corpo... Era a paixão desesperada pela vida. Era seu suor escorrendo. Era seu olhar... Olhava para mim. 
Me tocava com a mão no rosto. Dançava. Suas mãos desenhavam um caminho em meu rosto... Fechava meus olhos. 
Elena. 
Seu olhar perdido e desconhecido. Até para si mesma... Não queria ser encontrado. 
Elena. 
Me tocava. Me seduzia com toques em meu rosto... 
Vai, Elena. Me chama.
Seus gestos imperceptíveis... Suas feições sinceras. Seus medos tão visíveis. Tua sedução. 
Tocava, dançava, dizia: me leva. 
Seu olhar perdido. 
Quando encontrou já era tarde. A luz fugiu. Fugiu para além. Além de tudo. Ela dançava. 
Num viaduto... Me tocava.
Marcus James
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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Uma noite de verão


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Entre, apague a luz. Venha, deite ao meu lado, conte como foi seu dia, desconte a raiva em mim. Quero ouvir sua voz, quero sentir teu corpo e saber que está olhando para mim. Se quiser, grite. Estarei ouvindo cada palavra tua. Me deixe louco. E depois com um modo louco de me seduzir, me faça perder o controle. Fique quieta, não pense. Quero-a toda para mim. Hoje serei seu escravo mais fiel, seu amante apaixonado. Faça de mim o que bem entender, hoje não estou mais preocupado com o amanhã, só quero te sentir. Seu corpo quente colado ao meu pelo suor frio me deixa em paz. E no escuro do meu quarto quero ser seu. Quero ter seu último sorriso, quero ter seu último beijo. Por favor, eu te peço, não se esconda de mim meu bem. Deite ao meu lado, conte como foi seu dia. Deixe-me com ciúmes e me beije dando risadas. Descanse a cabeça em meu peito, peça cafuné. Fale pela última vez como é bom dormir assim. Feche os olhos querida, sonhe comigo. Durma em meus braços.
O dia nascerá nublado, flores... Velas... E eu ainda estarei dormindo.
Marcus James
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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Viver... mais


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Sefrem
E de repente, a tempestade se tornou uma leve brisa, as ondas violentas um doce som do mar ao encontro da areia da praia, os trovões em cantos de pássaros... Tudo mudou, e continuo no mesmo lugar. Sentado na beira do mar, num cais qualquer, esperando qualquer navio ou canoa vir me buscar. Preciso sair daqui, preciso velejar e ver o mar me atacar com diferentes visões. Preciso mudar o mundo, o meu. Longe de casa estarei, e nada mais vai me importar. Quando sentir minha falta, grite. Talvez eu volte a te encontrar... Já é tarde para pensar, o que importa agora é o que vou fazer quando o abismo chegar até mim.
Estou perto de cair, o abismo parece sem fim. Estou com medo. Junte-se a mim, vamos pular, talvez descobriremos algo novo. O mar não pode ser tão cruel assim, a mim nada mais importa. Posso até estar louco, mas por favor, não me insista para eu ficar. Preciso de outros olhos, preciso sentir outra vez algo novo. E a cada maravilha que conheço, mais fascinado fico. Suas gigantescas ondas ao longe, quero logo sair daqui. Quero velejar o mundo e conhecer lugares perigosos, com ou sem você. Venha, eu te chamo, venha comigo. Seu medo logo virará prazer, te busco daqui algumas horas, leve somente o necessário. Vem, vamos viajar o novo juntos. Ou então me espere, prometo voltar, talvez em algumas décadas a gente volte a se encontrar, na mesma praia, no mesmo banco de anos atrás. Gosto daqui, mas preciso partir. Já é tarde.
Vou-me embora, minha carona já terá partido quando vier, não me procure. Se ao menos sentir saudade, escreva cartas, mas não envie. Logo te procurarei. Viva outras vidas enquanto não vivermos a mesma. E quando me encontrar, lembre-se daquela promessa que te fiz...
Até logo, minha pequena menina.
Marcus James


Para Bianca
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domingo, 11 de agosto de 2013

Promíscuo


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Te procuro.
Te sinto.
Te abraço.
Te cheiro.
Te perturbo.
Te junto.
Te esqueço.
Olho em tantos olhares e por um momento penso que te encontrei. Te encontrei na mesma casa que um dia te conheci, na mesma cama velha e bonita. Te encontrei nos mesmos olhos que te refletiram, na mesma alma que um dia se vinculou. Mas está quebrado. Está com tantas trincas que meu olhar já não aparece. Com tanta dificuldade, tanto esforço te encontro, num minúsculo pedaço confundo meu olhar com o teu.
Confundo minha risada com a tua, confundo meu gosto com o seu. Me abraço tentando te sentir, sinto teu cheiro se exalando de minha roupa. Vejo seus olhares tristes. Vejo teus sorrisos raros e sinceros. Vejo sua personalidade em mim.
Gasto dias, meses tentando desesperadamente te tirar de mim. Esquecer que um dia grudou em mim. Ficar somente uma madrugada, uma noite bem dormida, um bom sexo sem pensar em você. Mas a inútil pergunta me vem todas as noites, todas as 2h35. Menina, vá para longe de mim, me deixe amar outro corpo sem ser o teu. Esse teu corpo carnívoro! Que me devorava em segundos com apenas um olhar. Que me seduzia por palavras, que me arrastava para lugares impróprios para apaixonadamente fazer amor. Esses teus abraços sinceros. Teus comentários ridículos.
“Porque você se foi, imbecil?” – E hoje... talvez você enfim, desapareça.
Marcus James
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